Paris!

Destino de milhares de brasileiros todos os anos (grande parte em lua de mel) e um dos meus destinos preferidos também, Paris realmente é charmosa, romântica, fascinante, linda, etc. É tudo que você ouve falar de quem já foi. Eu pelo menos sou um grande puxa-saco da cidade. Coincidência ou não, Paris é a cidade no exterior que eu visitei mais vezes. Foram 4, sendo a última agora em maio de 2013. Portanto, as informações estão atualizadas de acordo com esta data.
Se você pretende visitar Paris, leia com atenção o post pois algumas dicas importantes estão descritas. Dedique pelo menos 5 dias para a cidade.

Torre Eiffel

Chegando

Se vc chega de avião direto do Brasil para Paris, chegará no aeroporto Charles de Gaule (CDG). Como de costume, a primeira dúvida dos viajantes é como ir do aeroporto para o hotel: táxi, ônibus, carro alugado, metrô ou trem? Em Paris a chegada é muito fácil, pois o aeroporto é interligado à rede de metrô. Portanto, a não ser que vc esteja com toneladas de malas, vale a pena ir de metrô. Ao chegar, procure pela sigla RER. Só um alerta: as estações de metrô em Paris não têm escada rolante nem elevador, portanto, vc terá que carregar as malas pelas escadas. Se optar pelo táxi, chuto que irá gastar cerca de €80 até a cidade.
Caso esteja viajando de trem, vc provavelmente chegará na Gare du Nord ou na Gare de l’Est, as duas principais estações de trem de Paris. O acesso também é facílimo. Ambas estão também interligadas ao metrô.

Hospedagem

Acho muito difícil recomendar hotel. Cada um tem uma idéia do que é um bom hotel. Uns querem preço bom, outros querem luxo, outros querem serviços, outros querem um quarto grande, outros desejam boa localização e por aí vai. No meu caso, procuro sempre hotéis com custo razoável, mas com um mínimo de conforto e limpeza e bem localizados. O hotel em que ficamos em Paris é um perfeito exemplo deste tipo de hotel. É o Kyriad Gare de l’Est. Ele fica bem na porta da Gare de l’Est. O hotel é bom, com excelente atendimento, ótima localização, limpo e confortável. Como pontos negativos, o café da manhã (que não está incluso e custa €11,50 por pessoa por dia), quarto pequeno e achei que o filtro do ar condicionado precisava de uma limpeza, mas no geral certamente recomendo este hotel, a não ser que vc esteja em lua de mel. Aí é melhor procurar outro.
Uma dica que dou, que foi ótimo no nosso caso, é para quem está viajando de trem. Procure hotéis perto da estação de trem. É bem mais fácil se deslocar com as malas. O nosso hotel foi perfeito. Fica DENTRO da Gare de l’Est, de onde chegavam e partiam nossos trens.

Transporte

Outra dúvida tradicional é como se deslocar pela cidade. Em Paris a resposta é fácil e rápida: metrô! Esqueça qualquer outra alternativa. Paris tem um trânsito caótico. Esqueça andar de táxi. Além disso, não tem onde estacionar, então esqueça aluguel de carro também.
O metrô, por outro lado, é rápido, eficiente e cobre TODA a cidade… TODA. Qualquer atração que vc queira visitar e qualquer hotel certamente estarão próximos a uma estação de metrô. O preço da passagem unitária não é barato (€1,70), mas existem algumas formas de economizar e pagar bem mais barato.
As duas principais são o bilhete de 10 unidades (€13,30) e o bilhete Paris Visite, que te dá viagens ilimitadas por um período de 1, 2, 3 ou 5 dias consecutivos.
Começando pelo Paris Visite, é um cartão que vc compra nas próprias estações e te dá acesso ilimitado ao metrô pelo número de dias que vc comprar. Os preços são:
1 dia: € 10,55
2 dias: € 17,15
3 dias: € 23,40
5 dias: € 33,70
A vantagem é poder fazer quantas viagens quiser. Porém é importante vc fazer as contas de quantas viagens vc fará no período em que estará em Paris. Um benefício do Paris Visite é que ele te dá descontos em algumas atrações, mas não vale a pena, pois são atrações que vc entra de graça com o Museum Pass (dica importantíssima que darei daqui a pouco).
A outra opção é o bilhete de 10 unidades. A vantagem é que vc na verdade receberá 10 bilhetes unitários que pode utilizar quando quiser e pode distribuir entre mais pessoas. E apesar de utilizar o metrô para tudo, vc também fará muitos deslocamentos a pé, pois as atrações de Paris na maioria estão próximas umas das outras. Outra vantagem é que é comum encontrar em Paris catracas desligadas ou com problema. Nestes casos, a entrada é gratuita. Então vc não precisará gastar seus bilhetes.
No meu caso, como fiquei 5 dias, teria que desembolsar € 33,70 por pessoa com o bilhete Paris Visite. Portanto, ele só valeria a pena se fizéssemos mais que 25 viagens nos 5 dias. Calculei que faríamos 20 viagens. Então era mais interessante comprarmos os bilhetes de 10 unidades. No final, fizemos 16 viagens, sendo que 2 foram de graça (catracas fora de serviço). Gastamos então € 39,90 (30 passagens para 2 pessoas) e ainda sobraram 2 passagens de recordação. Com o Paris Visite, teríamos gasto € 67,40. Com passagens unitárias, € 47,60.
Moral da história: faça as contas! E não esqueça que vc poderá fazer muitos trajetos a pé.

Comida

Comer em Paris é muito fácil… e caro! A comida é excelente, e tem para todos os gostos. São inúmeros restaurantes, em qualquer quarteirão. De chineses a italianos. De thailandeses e brasileiros. Vc certamente comerá bem em Paris. Mas pagará caro. Um almoço ou jantar para 2 pessoas sai em média € 40. Isto se vc não for muuito exigente com restaurantes.
Uma dica é a caixinha. Na França, o preço do prato já inclui o serviço (15% por lei). Então não se sinta constrangido de não deixar nada a mais do que está na conta. O garçom não vai esperar nada a mais mesmo. É claro que se vc quiser, pode deixar mais, mas não é necessário. O serviço já está incluso.

Língua

Obviamente a língua oficial é o Francês.
É verdade que ninguém fala inglês e que eles são grossos se vc tenta falar em inglês? Não.
No geral, os franceses não são grandes poliglotas. Porém em hotéis e restaurantes, a maioria se comunica suficientemente bem em inglês. Fique tranquilo.
Se vc não fala nem um nem outro, bem, pratique seu turistês e sua mímicas. 😉

Moeda

Euro. Atualmente (maio de 2013), € 1 = R$ 2,65
Todo lugar aceita cartão de crédito, mas é importante sair do Brasil com uma quantia razoável em espécie, para o caso de o cartão não funcionar (o que é comum em máquinas de auto atendimento).
Quando for comprar seus Euros ainda no Brasil, peça notas pequenas, de no máximo €50. Levei só notas de €100 e deu um certo trabalho para trocá-las. Muitos lugares não aceitam.
Nas compras no cartão, não esqueça que será cobrado 6,38% de IOF.

Compras

De um modo geral, tudo em Paris é muito caro. Vc paga normalmente uns €5 por um refrigerante ou água em um restaurante.
Roupas, acessórios, souvenirs e eletrônicos não são muito diferentes. Custam muito caro. Portanto, não tenha muitas expectativas de fazer grandes compras.
Pode ser vantajoso caso queira compras roupas de grife. O destino certo neste caso é a Champs Elysées. Roupas populares de vez em quando valem a pena. Pode ser na H&M ou na C&A.
Eletrônicos, esqueça.
Perfumes, são mais baratos que no Brasil. Mas acho que os do free shop são mais baratos que em Paris.
O que certamente vale a pena é maquiagem. Também na Champs Elysées existe uma loja enorme da Sephora, onde vc acha de tudo com preços menores que no Brasil.

Passeando

Bom, vamos então ao que interessa: passeios!
Como mencionei anteriormente, a principal dica deste post é adquirir o Museum Pass. É um cartãozinho que te dá acesso gratuito às principais atrações de Paris, como Arco do Triunfo, Catedral de Notre Dame, Castelo de Versailles, Museu do Louvre, Museu d’Orsay e muitos outros. Em algumas inclusive vc não precisará pegar filas. Vc pode comprar o passe de 2, 4 ou 6 dias. Os preços são:
2 dias: € 39
4 dias: € 54
6 dias: € 69
Vc pode comprar o seu em uma das atrações ou em outros pontos, como na Gare de l’Est. Vc compra um cartão em branco e deve preencher a data em que iniciará as visitas. A partir daquela data, vc tem 2, 4 ou 6 dias consecutivos para fazer as visitas. Vale muito a pena. Calcule quantos dias precisará para visitar as atrações que preferir e compre o mais adequado para vc. Abaixo apresentarei as principais atrações e se o Museum Pass é aceito, se evita fila e quanto tempo vc gastará. Esta última informação é importantíssima para vc calcular qual o melhor passe para vc. Não vale a pena comprar o de 2 dias por exemplo se vc não for conseguir fazer as visitas que deseja em 2 dias. Aí será pior. No nosso caso, conseguimos visitar tudo o que queríamos (da lista do Museum Pass) em 2 dias. Deu certinho. Mais informações sobre o passe em parismuseumpass.com

Torre Eiffel
Museum Pass: não aceito
Preço: € 29 (subida ao topo)
Tempo gasto: 4-5 horas (maior parte é a da fila)
Metrô:
Construída por Gustave Eiffel para a Exposição Mundial de 1889, a torre é o ponto de Paris que mais gosto. Ela é linda, charmosa e proporciona a melhor vista da cidade luz, do alto dos seus 324m de altura. É possível subir até o topo ou somente até o segundo andar (e pagar menos), mas não faça isso. Vc está gastando uma fortuna com a viagem. Não economize com isto. Suba ao topo e aprecie a incrível vista 360° de Paris. Chegue cedo (a abertura é às 9h30), pois mais tarde a fila fica quilométrica. Caso queira ganhar tempo, pode comprar a entrada pela internet e pegar uma fila bem menor. Como comprando pela internet, vc precisa definir o dia exato em que visitará a torre, corre o risco de vc escolher justamente um dia com chuva. Este é o risco de comprar antecipado. E sabe como é a Lei de Murphy…

Torre Eiffel

Torre Eiffel

Vista do último andar da torre

Vista do último andar da torre

Catedral de Notre Dame
Museum Pass: aceito, mas não evita fila.
Preço: gratuito para visitar a catedral
Tempo gasto: 2-3 horas (considerando que vc subirá nas torres, que é o mais demorado)
Metrô: Cité
Belo exemplo de catedral gótica, Notre Dame (Nossa Senhora, em português) está completando em 2013 nada mais nada menos que 850 anos! É também o cenário do famoso livro O Corcunda de Notre Dame. Para visitar a catedral, não é necessário pagar nem usar seu Museum Pass. Mas caso queira subir nas torres, pode fazer com o seu Museum Pass, mas não evitará pegar a demorada fila.

Catedral de Notre Dame

Catedral de Notre Dame

Criptas de Notre Dame
Museum Pass: aceito e evita fila (apesar que não tem fila neste lugar)
Preço sem Museum Pass: € 3
Tempo gasto: 20 min
Metrô: Cité
Ruínas subterrâneas da antiga Paris na região da catedral. Não é grande coisa. Só vale a pena se vc estiver com o Museum Pass e tiver 20 minutos para perder.

Sainte Chapelle
Museum Pass: aceito, mas não evita fila
Preço sem Museum Pass: € 8,50
Tempo gasto: 1 hora
Metrô: Cité
Próxima à Notre Dame, a Sainte Chapelle é uma igreja escondida no meio dos prédios do Palácio de Justiça. É um destino não muito conhecido dos turistas, mas que proporciona uma agradável surpresa. Quando vc entra, se depara com uma pequena e apertada igreja de quase 800 anos. Apesar da história e da beleza, nada muito diferente. Mas é subindo uma pequena escadinha no fundo da igreja que a maior surpresa se revela. Vc chega em uma outra igreja, mais alta e completamente cercada de belos vitrais. A igreja praticamente não tem paredes, só vitrais coloridos. E os vitrais não são desenhos abstratos. Na verdade cada um representa um livro da bíblia e em cada um, a representação das principais cenas destes livros. No total, são mais de mil cenas da bíblia representadas em pedacinhos de vidro que colorem toda a catedral. Já sofreram algumas restaurações, mas 72% dos vitrais ainda é original, de 1242! Honestamente, é uma das maiores obras de arte que já presenciei. Impressionante mesmo. Recomendo 100%. Caso vc fale francês, de hora em hora um guia da própria igreja dá explicações sobre a história da Sainte Chapelle.

Vitrais da Sainte Chapelle

Vitrais da Sainte Chapelle

Museu do Louvre
Museum Pass: aceito e evita fila!
Preço sem Museum Pass: € 10
Tempo gasto: 3-8 horas, dependendo da resistência dos seus pés versus entusiasmo pelas obras de arte
Metrô:
Museu mais famoso do mundo, lar da famosa Monalisa, o Louvre impressiona de várias formas. Pelo tamanho, com suas incontáveis salas. Pela beleza, com sua decoração digna dos mais belos castelos da Europa. Pela riqueza do seu acervo, com as obras dos artistas mais importantes do mundo e as famosíssimas Monalisa, Venus de Milu e Vitória de Samothrace. Prepare-se para andar muito, muito, muuuuuuuuuuuito. Se for um aficcionado por arte então, nem se fala. Esqueça aquele sapato de salto alto… Tênis é obrigatório. O museu está dividido em várias seções, como pinturas italianas, pinturas francesas, pinturas orientais, esculturas da Grécia antiga, Egito antigo e muito mais. Cada seção destas tem dezenas de salas com uma infinidade de obras. Um must see com certeza. Dica: às quartas e sextas o museu fica aberto até 21h45. Ótimo se vc estiver com pouco tempo.

Museu do Louvre

Museu do Louvre

Uma das infinitas galerias do Louvres

Uma das infinitas galerias do Louvres

Monalisa

Monalisa

Museu d’Orsay
Museum Pass: aceito e evita fila!
Preço sem Museum Pass: € 9
Tempo gasto: 2-4 horas
Metrô:
Segundo museu de Paris em tamanho e importância, o Musée d’Orsay fica num lindo prédio e abriga obras de importantes artistas, como Cézanne, Monet, Manet, Pissarro, Van Gogh, Renoir e outros. Visita obrigatória também. Assim como o Louvre, o Museu d’Orsay tem seu dia de abertura até altas horas, porém é na quinta-feira que fica aberto até 21h45.

Museu d'Orsay

Museu d’Orsay

Museu Rodin
Museum Pass: aceito e evita filas!
Preço sem Museum Pass: € 7
Tempo gasto: 1-2 horas
Metrô:
Museu com importantes obras do famoso Rodin, incluindo a famosa escultura O Pensador. O museu tem também um lindo jardim nos fundos, onde também estão expostas esculturas do artista.

Museu Rodin

Museu Rodin

Castelo de Versailles
Museum Pass: aceito, mas não evita a fila (que é bem grande)
Preço sem Museum Pass: € 18
Tempo gasto: 5-6 horas
Trem: estação Versailles Rive Gauche, linha RER amarela
Castelo mais famoso e mais grandioso da França, Versailles foi lar de alguns dos mais importantes reis da França, como Luis XIV e Luis XV. O castelo é gigantesco e exige pés bem descansados. A decoração é a grande atração. Cada quarto do castelo foi cuidadosamente decorado, com muito luxo e muitas obras de arte, incluindo as incríveis pinturas nos tetos dos aposentos. É realmente incrível e nos transporta para a França do século XVIII, quando os reis esbanjavam na riqueza enquanto a população vivia na miséria. Não deixe de conhecer o famoso jardim do castelo. Dica: o audio guide é gratuito. Vc pode ir de trem para lá e economizar. Mas vc precisará adquirir uma passagem específica de Paris para Versailles Rive-Gauche em qualquer estação do metrô.

Entrada do Palácio e a gigantesca fila

Entrada do Palácio e a gigantesca fila

Salão dos Espelhos

Salão dos Espelhos

Arco do Triunfo
Museum Pass: aceito e evita fila!
Peço sem Museum Pass: € 9,50
Tempo gasto: 1 hora
Metrô:
Inaugurado em 1836, o monumento foi construído por Napoleão Bonaparte para enaltecer e valorizar as vitórias da França nas guerras e batalhas lideradas por Napoleão. No monumento estão gravados os nomes dos soldados e das batalhas. Subindo ao topo (de escada), vc tem uma bela vista de Paris. O Arco do Triunfo fica no meio de uma rotatória enorme de onde saem 12 avenidas, entre elas a famosa Champs Elysées.

Arco do Triunfo

Arco do Triunfo

Sacre Coeur e Montmartre
Museum Pass: N/A
Preço: gratuito
Tempo gasto: 2-3 horas, considerando um passeiozinho por Montmartre
Metrô: Anvers
Sacre Coeur (Coração Sagrado, em português) é uma linda igreja no norte de Paris, no topo do único morro da cidade. Para chegar lá, vc desce na estação Anvers e sobe a pé. É uma subidinha de 5 minutos, nada muito cansativo. Mas caso vc seja meio sedentário ou já esteja com a idade avançada ou ainda esteja com bolhas no pé de tanto andar nos últimos dias, ainda existe a opção de subir pelo bondinho. Não sei dizer o preço, infelizmente. Chegando lá em cima, além de apreciar a linda Catedral, vc será contemplado também com uma maravilhosa vista de Paris.
Saindo de lá, desça o morro a pé observando calmamente as tranquilas e charmosas ruas do bairro de Montmartre, com suas lojinhas de itens únicos e artesanatos locais, além do inúmeros artistas de ruas, que ficam pintando os perfis de Paris e de Montmartre. Passeio muito agradável. Aproveite e almoce por ali num típico café parisiense. 😉

Sacre Coeur

Sacre Coeur

Champs Elysées
Museum Pass: N/A
Preço: N/A
Tempo gasto: 1-2 horas (ou mais se vc ficar babando nas lojas)
Metrô: Champs Elysées
Champs Elysées (Campos Elíseos em português) é a mais charmosa rua de Paris. Ela se estende do Arco do Triunfo até o Jardin des Tuilleries. Todas as grifes internacionais estão por lá. Para quem costuma comprar (ou pelo menos desejar) marcas como Giorgio Armani, Cartier, Svarowski, etc, pode ser um prato cheio. Mas mesmo que seu bolso não esteja com este entusiasmo todo, um simples passeio olhando as vitrines já é super parisiense. Aproveite e almoce ou jante na avenida. Chiquérrimo!

Champs Elysées

Champs Elysées

Jardins des Tuilleries
Agora vamos aos parques, que, é claro, são todos de graça. Paris tem lindos parques e jardins. Um deles é o Jardin des Tuilleries. Ele fica no final da Champs Elysées e termina no Museu do Louvre. Lindos jardins e uma fonte enorme no meio, em volta da qual os parisienses adoram ficar sentados sem se preocupar com nada.

Champ de Mars
Em português, Campo de Marte. É o imenso gramado e jardim que fica aos pés da Torre Eiffel. Uma delícia ficar por ali tomando um sol na grama.

Jardins du Luxembourg
Outro importante parque de Paris.

Catacumbas de Paris
Museum Pass: não aceito
Preço: € 8
Tempo gasto: 2-3 horas, contando a fila para entrar
Metrô:
Para quem gosta de lugares diferentes dos destinos tradicionais, este é um deles. As catacumbas (Les Catacombes) são uma infinidade de túneis subterrâneos onde estão (expostos!) os ossos de 6 milhões de parisienses! Segundo a história, no século XVIII os cemitérios de Paris estavam lotados. A falta de espaço para enterrar novos corpos estava gerando problemas sanitários na cidade. O prefeito então ordenou que os cemitérios fossem esvaziados e as ossadas fossem levadas para estas galerias subterrâneas. Foi o que fizeram. Levaram 6 milhões de esqueletos para dentro destas galerias, onde foram empilhados um a um. Hoje, 200 anos depois, estes túneis macabros podem ser visitados.

Les Catacombes

Les Catacombes

Ufa! Acho que este foi meu post mais longo.
Paris possui ainda mais algumas dezenas (quiçá centenas) de prédios e monumentos históricos e interessantes que podem ser visitados. Mas não vai dar para detalhar todos aqui. Tentei focar nos principais. Espero que tenham gostado e que aproveitem as dicas.
Aproveitem tudo em Paris. É uma cidade única, que todos deveriam ter a oportunidade de conhecer um dia.

Bon voyage!

Castelo de Neuschwanstein

Se existisse a minha lista de 7 Maravilhas do Mundo Moderno, a região do Castelo de Neuschwanstein certamente figuraria nesta lista. Diga-se de passagem, o castelo foi finalista na eleição da oficial lista das novas 7 Maravilhas, porém não ficou entre as 7.
Já estive em muitos lugares do mundo, alguns feios, muitos “normais”, muitos bonitos, alguns lindos e Neuschwanstein no topo da lista.
Apenas o castelo já vale a viagem. Mas o local onde ele está é que o leva para o topo da minha lista. Não por acaso, foi neste castelo que a Disney se inspirou para o Castelo da Cinderela. E é também ali perto que fica o Lago dos Cisnes, inspiração de Tchaikovsky para seu famoso balé.
Faz 2 dias que estive lá (estou escrevendo este post em um trem de Munique para Frankfurt) e tamanha foi a minha admiração que acho que vale um post só para o castelo.

Castelo de Neuschwanstein

História – Luís II e o Castelo

Construído na segunda metade do século XIX, o palácio em estilo medieval foi um pedido do rei Luís II da Baviera, que desejava, conforme suas próprias palavras, “a localização mais bela que alguém pode encontrar, sagrada e inacessível”. E parece que ele conseguiu o que queria.
Luís assumiu o trono aos 18 anos, após a morte do pai. Ele era culto e venerava as diversas formas de arte. Era admirador especialmente das óperas de Richard Wagner.
Luís era tímido, excêntrico, vivia em um conto de fadas e, segundo relatos dos seus diários, provavelmente era homossexual.
A partir de 1869, deu início à sua série de construções de castelos suntuosos. O primeiro foi justamente Neuschwanstein, cujo nome faz referência ao Cavaleiro do Cisne, da ópera Lohengrin, de Wagner. Outros grandes palácios que Luís II mandou construir foram Linderhof e Herrenchiemsee. Ele viajava muito pela Europa para buscar inspiração para seus castelos. Ao contrário de outros Chefes de Estado, ele construiu seus castelos com recursos próprios, e não com dinheiro público. Até por isso, entrou em uma complicada dívida financeira em um momento em que a Baviera também passava por uma crise econômica.
Fez diversos empréstimos e foi se afastando dos assuntos de Estado. Travou então uma guerra com seus ministros e começou a trabalhar com a hipótese de trocá-los todos. Mas eles foram mais rápidos. Armaram um laudo médico que atestava a insanidade do Rei e sua incapacidade para administrar o Estado.
Conseguiram junto a serviçais do castelo de Neuschwanstein uma série de lista de bizarrices do dia-a-dia de Luís II. Estas declarações até hoje são controversas e nunca foram confirmadas. Os psiquiatras que emitiram o laudo nunca conheceram o Rei e nunca o examinaram.
Os ministros convenceram o príncipe Leopoldo, tio de Luís, a depor o rei e assumir o trono. Leopoldo concordou.
Após algumas tentativas frustradas, Luís II foi finalmente preso e levado ao Castelo de Berg, acompanhado de um dos médicos que havia emitido o laudo de insanidade. No dia seguinte, Luís pediu ao médico que o acompanhasse em um passeio junto ao lago próximo do castelo. Os dois saíram às 18 horas e deveriam retornar às 20h, o que não aconteceu. Horas depois, os corpos do médico e do rei deposto foram encontrados boiando no lago.
As circunstâncias de sua morte nunca foram descobertas e até hoje permanecem um mistério.
Luís teve uma vida (e uma morte) cheia de controversas e excentricidades. Porém, o fato é que Luís II deixou um grande legado para a Baviera. E o Castelo de Neuschwanstein, que estava próximo da conclusão quando o rei foi deposto, é o maior exemplo.
Curiosamente, Luís II chegou a ordenar que seu castelo nunca fosse visitados por estranhos após a sua morte, para que nenhum dano fosse causado ao castelo. Poucos dias após a sua morte, o castelo foi aberto para visitação. Pelo menos o seu desejo de manter o castelo intacto foi respeitado e ele está até hoje impecavelmente conservado.

Castelo de Neuschwanstein

Como chegar e comprar seu ingresso

A melhor forma de chegar no castelo é pegando um trem a partir de Munique. Você deve ir até a estação principal (Hauptbanhof) e pegar um trem para a cidade de Füssen. A viagem dura 2 horas.
Chegando em Füssen, siga o fluxo de turistas até o ponto de ônibus. Pegue o ônibus 76 ou o 78 e desça no ponto de Hohenschwangau. Não se preocupe, você saberá quando descer pois o ônibus possui uma tela mostrando os nomes dos pontos (além do que, é onde todo mundo desce).
Chegando em Hohenschwangau, siga os turistas até o posto de venda do ingresso. Se você reservou seu ingresso pelo site, evitará a fila. Senão… torça para a fila estar pequena.
A entrada para o castelo de Neuschwanstein custa € 12. Você tem também a opção de comprar um ingresso combinado com o do castelo de Hohenschwangau (onde Luís II passou a infância). Os 2 juntos custam € 23. A visita ao castelo de Neuschwanstein só pode ser feita com um guia. As visitas guiadas são em alemão ou inglês. Existe também a opção de visita com audioguide. Aí você terá uma infinidade de línguas, inclusive português.
Ao comprar o ingresso, você já terá que escolher o tipo de visita e o horário. Seu ingresso vale SOMENTE para aquele horário. Não esqueça que você precisará subir a montanha do castelo. Se for a pé, considere pelo menos uns 40 minutos de subida. Se for de ônibus, considere uns 20 minutos.
Comprado o ingresso, você deverá, como já disse, subir a colina até o castelo. Existem 3 opções:
1. A pé: não custa nada e você pode apreciar a paisagem no caminho. A subida é relativamente forte, porém é em pista asfaltada. Demora cerca de 35 minutos para subir, contando algumas paradinhas para fotos. Não é recomendado para pessoas idosas ou com problema de mobilidade ou ainda as que não estão acostumadas a este tipo de atividade.
2. De ônibus: fácil e rápido e não custa muito caro (€ 1,90 para subir e € 1,00 para descer). O ônibus te deixa próximo do castelo. Ainda é necessário caminhar por cerca de 5 minutos até a entrada, porém sem subidas significativas.
3. De charrete. Não recomendo. Dá uma pena danada (para não dizer revolta) ver os dois cavalos subindo ofegantes levando nas costas a carruagem com cerca de 10 pessoas e ainda levando chicotadas. Sou contra qualquer tipo de maltrato de animais. Nem me interessa o preço disso… Não alimente este tipo de negócio.

Chegando na entrada do castelo, observe o monitor com o horário da sua visita e aguarde ser chamado. Não é possível ir em outro grupo diferente do seu.

Entrada do Castelo

Quando chegar a sua hora, entre e aproveite. Se por fora o castelo é incrível, por dentro é indescritível. Pena que não poderá tirar fotos :(.

Dicas valiosas!!

Se você comprar as passagens separadamente pelo site da DB, vai pagar bem mais caro e ainda terá que pagar o ônibus de Füssen até Hohenschwangau. O melhor a fazer é comprar a passagem na própria estação de Munique, nas máquinas automáticas. Compre o Bavarian Ticket. Ele vale para qualquer trem o dia inteiro dentro da Bavária. O primeiro passageiro paga € 22. Os passageiros adicionais (até 5) pagam € 4 cada. Portanto, se estiver em casal, vocês pagam € 26. O ticket vale para ida e volta de Füssen e para qualquer outro trecho de trem no mesmo dia. Outra vantagem é que vale também para o ônibus de Füssen a Hohenschwangau. Com certeza você economizará bastante.

Quando acabar a visita, calma. Não saia correndo. Ainda no castelo, entre no café e você terá acesso à varanda dos fundos. De lá você terá uma vista impressionante (mesmo!) de toda a região, das montanhas, do castelo de Hohenschwangau e dos lagos (Lago dos Cisnes inclusive). A vista parece um quadro ou uma imagem de quebra-cabeças. Gaste alguns bons minutos apreciando a paisagem, pois uma imagem destas merece ficar para sempre na memória. Para estragar a surpresa, esta é a vista que você encontrará! (acredite, ao vivo é ainda mais bonito)

Ao fundo, os lagos da região, incluindo o Lago dos Cisnes. À direita, o castelo de Hohenschwangau.

Ao fundo, os lagos da região, incluindo o Lago dos Cisnes. À direita, o castelo de Hohenschwangau.

Outra dica é, após visitar o castelo, seguir a trilha da Marienbrücke, a pontezinha que liga as duas colinas da foto abaixo (encontre a ponte na foto abaixo). Você pode ir até lá. A vista do castelo e do rio que passa embaixo da ponte são estonteantes. Tire muitas fotos e, novamente, gaste alguns preciosos minutos admirando a vista. O nome da ponte é em homenagem a Maria da Prússia, mãe de Luís II.

Marienbrücke

Vista da ponte

Descendo de volta à cidade, aproveite e aprecie a vista incrível do Swan Lake. Vale a pena comprar um lanchinho e fazer um mini piquenique na beira do lago. Foi ali que Tchaikovsky se inspirou para compor o famoso balé do Lago dos Cisnes. Segundo especialistas, um dos personagens da história (príncipe Siegfried) é uma referência ao rei Luis II, da história acima. As coincidências realmente são muitas.

Lago dos Cisnes

Caso você goste, é possível subir ao castelo de bike. Você pode alugá-las ao pé da colina. Existem também diversas outras trilhas na região.

Espero que as dicas ajudem. Caso esteja planejando passar pela região de Munique, não deixe de colocar Neuschwanstein no roteiro. É a visita que valerá tudo o que você gastou na sua viagem inteira. Programe sua visita também para um dia de bastante sol, se possível. Será a cereja no bolo.

Boa viagem e aproveite!

Camila e eu na varanda do Castelo

Berlim!

Se existe uma cidade no mundo com história para contar nos últimos 100 anos, esta cidade com certeza é Berlim. Duas Guerras Mundiais, Hitler, Nazismo, Guerra Fria, Muro de Berlim…é muita coisa para uma cidade só e em tão pouco tempo!
Mas o mais interessante é que, por mais negro que seja este passado (especialmente o da época dos Nazistas), os alemães não tentam escondê-lo. Pelo contrário, procuram deixar bem evidente para as novas gerações os absurdos que foram cometidos durante o regime nazista e a divisão do país em 2 durante a Guerra Fria.
É comum ver nos inúmeros museus que relembram o holocausto alguns pais explicando imagens e a história deste período para crianças de 3 ou 4 anos. O objetivo, é claro, é mostrar as atrocidades que foram realizadas e os erros que seus antepassados cometeram para que nunca mais isto ou qualquer coisa parecida se repita.
É inacreditável, mas 6 milhões de judeus morreram nos campos de concentração. É uma mancha na história da Alemanha que nunca mais se apagará, um peso que eles terão que carregar pelo resto da vida.

Bom, mas vamos ao que interessa. Não são só coisas ruins que vemos em Berlim. A cidade é linda (foi totalmente reconstruída após 2 Guerras Mundiais e Guerra Fria) e respira arte, história e cultura.

Berliner Dom

Desta vez o post não será meu. Minha irmã, Laís, está morando na Alemanha e tem um blog sobre o dia-a-dia do país. Um dos seus últimos posts foi justamente sobre dicas de passeio em Berlim e detalhes do transporte e como economizar nos museus. Eu mesmo aproveitei todas as dicas na minha recente visita à cidade. O blog é o Manha de Alemanha e segue abaixo o link do post sobre Berlim.

Manha de Alemanha – Berlim

Para complementar as dicas dela, acrescento ainda:

Castelo de Charlottenbug

Um castelo que fica dentro da cidade. Lar da rainha Sofia Carolina (que descansa em paz na cripta da Catedral de Berlim), o castelo é uma ótima visita. A entrada custa € 12 e você pode visitar os principais aposentos e salas do castelo.

Castelo de Charlottenburg

Zoológico de Berlim

Não deu tempo de visitarmos o zoo, mas ele é um dos mais famosos do mundo. Caso tenha um tempinho sobrando, visite também o zoo.

Tiergarten

Maior parque de Berlim. Começa bem em frente ao Portal de Brandemburgo. No centro dele, corre uma grande avenida, onde está também o obelisco conhecido como Berlin Victory Column.

CIMG1733

Bom, ficam então as dicas de Berlim e a indicação do blog Manha de Alemanha, da minha irmã. Qualquer dúvida, me escrevam.
Assim que ela postar dicas sobre outras cidades da Europa, compartilho também com vocês.

PS: Coloco abaixo o link da música Wind of Change, do Scorpions, que retrata a esperança pela queda do Muro de Berlim, quando as lideranças soviéticas já não mostravam mais tanta força para sustentar o muro. Eram os “ventos da mudança” soprando.

Boa viagem!